Não há pai p'ra ele

Não há pai p'ra ele

Anda por aí meio mundo abespinhado — à direita sobretudo, mas também à esquerda — com o cartaz* que o BE fez (ou não chegou a fazer, já nem sei bem) supostamente para celebrar a aprovação da nova lei da adopção.

A meu ver é demasiado ruído sem necessidade nem razão para tal.

O cartaz não tem tanta graça como pretende e não é politicamente eficaz — e esse será o seu pior defeito.

A piada em si é pouco mais que inocente, e segundo parece até foi copiada de uma campanha da igreja anglicana do Canadá, pelo que os bramidos contra as supostas "ofensas aos cristãos" dão para rir.

Mas ainda não vi ninguém referir o pior de tudo, o erro factual de que enferma a pancarta bloquista: é que Jesus não tinha dois pais, mas sim três. Além do senhor Deus propriamente dito e do senhor José marido eventualmente enganado, convém não esquecer o Espírito Santo, que já nessa altura era danado para a brincadeira. (Dizem as Escripturas que na verdade foi ele o pai da criança, mas eu não sou de mexericos.)

*Correcção: tratou-se, segundo os próprios, de uma ilustração destinada ao Facebook. 

Facebook, 26.Fev.2016